E quando você finalmente fala, vomita todas as palavras que elas querem ouvir (sinceramente, como elas adoram ouvir as doces palavras que afagam seus egos), paira-se o silêncio. O maldito silêncio. Ninguém fala nada, suas palavras ficam a deriva ecoando nas paredes frias, e as pessoas... Bem, elas se calam. E o que anteriormente era silêncio oco, começa a transformar-se numa massa de vergonha, arrependimento, traição e desapontamento.
Onde está o sentido em pedir que você se exponha quando não pretendem fazer nada a respeito após ouvir e matarem a curiosidade? É cruel, na melhor escolha da palavra. É de uma frieza sem tamanho induzir alguém para depois largá-lo a deriva.
As pessoas se instigam muito pela curiosidade e se esquecem que, talvez, em alguma situação, o alvo de sua curiosidade envolve sentimentos de alguém. Elas se fazem interessadas pelo assunto só para recolher informações e alimentar o monstro-bisbilhoteiro, depois dão o fora sem sequer ter o trabalho de fingir um pingo de importância e respeito pela situação.
E aí eu te pergunto: estou eu errada em manter todas as situações e todos os sentimentos apenas para mim? Que sentido teria abrir meu peito para alguém, liberar todos os meus segredos e deixar-me metaforicamente nua perante quem não pode fazer nada a respeito da minha situação? Talvez possa até me oferecer uma palavra ou outra de conforto, mas tenho comigo que conforto não paga conta e não cura feridas profundas. O tempo sim. O silêncio também.
Já sou conformada com essa situação... com a minha situação, no caso. A situação de guardar tudo, sentir muito e falar pouco.
Só gostaria, se não fosse pedir muito, que antes de agir por curiosidade, as pessoas considerassem mais os sentimentos que englobam aquela situação e tivessem um pouco mais de compaixão pelo próximo.
Obrigada, de nada.